Fotografia e Impressão Fine Art
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A fotografia sempre esteve ligada à tecnologia. Quando Joseph Nicéphore Niepce fez a primeira fotografia da história, em 1826, na França, não se imaginava que a fotografia se tornaria uma das principais artes e meio de comunicação da sociedade, como também nem se imaginava os avanços tecnológicos que facilitariam essa arte.
Crédito Junior Luz
O tempo passou e a fotografia se modernizou. Se antes era necessário negativos e um processo rudimentar complexo para conseguir fixar uma imagem, hoje conseguimos ter imagens de tudo, na hora que quisermos, na palma da nossa mão. Seja com uma câmera profissional ou com um celular, conseguimos reproduzir belas fotografias instantaneamente e sem muitos esforços.
A fotografia digital fez com que ficássemos “mal-acostumados” e assim perdêssemos o encanto pelo papel, por ter a fotografia ali, impressa. Seja casamentos, ensaios ou trabalhos publicitários, o processo fotográfico de hoje se baseia no digital. É da tela do computador para as redes sociais e não mais para as paredes das casas; não mais obras de artes impressas e enquadradas. Até os álbuns, que era como um último suspiro da impressão, termina em uma gaveta com o tempo.
Mas assim como quando falamos sobre livros, o material físico deixou saudades em muita gente e está voltando a ser algo procurado, tanto por entusiastas da arte como também por artistas, fotógrafos e designers. A técnica de impressão Fine Art veio exatamente para trazer de volta a sensação do clássico, a sensação de ver uma fotografia, de fato, como uma obra de arte, mas modernizada.
Ao mesmo tempo que eu escrevia esse texto, eu ia aprendendo cada vez mais sobre fine art. Encontrei pessoas que me ajudaram nessa busca pelo conhecimento. Um deles é o artista Erick Mem, que tem uma empresa responsável pela criação de obras fine art. “Impressão fine art é uma coisa e fotografia fine art é outra, as pessoas confundem muito uma com a outra. Claro que ambas se complementam, mas são coisas diferentes”.
A técnica é complexa, mas antes de falarmos sobre técnica, é necessário falarmos sobre fotografia fine art, já que muita gente confunde, como o Erick disse.
“Considere fine art tudo que é produzido com a intenção de provocar emoções e sentimentos com níveis estéticos de grande profundidade”, escreveu Erick em seu blog mempix.art.
Fine art significa ‘belas artes’. Fotografia fine art são belas artes fotográficas. Pode ser uma paisagem, um animal, uma foto de ensaio, uma foto de casamento, um retrato de um parente ou de alguém importante. Desde que traga um sentimento, traga emoção.
Crédito Emerson Lima
“Eu comecei a trabalhar com impressão fine art em 2015, com quadros, a partir disso nasceu o desejo pela fotografia. Eu era apaixonado por desenhos, não pensava em ser fotógrafo, mas gostava muito. Hoje eu trabalho muito no digital, mas quando você imprime algo, quando você coloca isso na parede, ele está eternizado. Fine art é aliada disso pela sua qualidade, variação de cores e papel. E trabalhar nesse segmento é um prazer enorme. Tenho obras reconhecidas e adquiridas por grandes empresários”, disse Emerson Lima, fotógrafo nascido em São Paulo, mas que já conquistou o mundo, fotografando artistas, políticos, empresários importantíssimos para a economia brasileira.
Nomeado como um dos principais retratistas do Brasil, acredito que o Emerson vai muito além disso, ele consegue transmitir uma intenção em sua fotografia e permitir que os entusiastas enxerguem aquilo da forma que quiserem. As fotos de paisagens permitem isso. Emerson já fotografou em Nova York, nos Estados Unidos, e também em Paris, na França. Muitas dessas belas imagens estão no instagram do fotógrafo (@ph_emerson) e também em seu site, www.emersonlima.com.br.
“A arte é importante primeiro para o artista, temos que encontrar um sentido naquilo, mas é importante que as pessoas gostem. Eu vejo aquela arte, aquela fotografia pensada, mas as pessoas precisam se sentir tocadas, imersas naquele universo. A imaginação da arte é infinita. A gente não consegue dimensionar o que cada pessoa enxerga quando vê aquela obra. Ela viaja em outros conceitos, outros sentidos. Isso é arte! Arte não tem definição própria por que é próximo da emoção que a pessoa sente quando vê”, disse, inteirando que o Brasil ainda está longe dos gringos quando o assunto é a valorização da fotografia e impressão fine art. “Fotografia fine art é algo que no mundo das artes internacional está muito em alta, no Brasil ainda é comercialmente restrito, mas há ascensão muito por conta de novos artistas e eu sou da filosofia que para se ter um mercado aquecido, quanto mais bons profissionais tiverem é melhor, pois alavanca o mercado. Eu fomento, não ligo para concorrência”, concluiu.
Por isso um dos grandes planos de Emerson Lima para 2021 é fazer com que a fotografia fine art se torne mais acessível ao público, aos entusiastas. Em parceria com a EPICS, está sendo desenvolvido um site e aplicativo, que serão disponibilizados para iOS e Android, e que será possível adquirir qualquer uma das obras do Emerson.
“Estou lançando um aplicativo junto com a EPICS, onde as pessoas terão acesso a minha galeria de fotos. É uma inovação muito legal. Lá vai ter as galerias, especial Nova York, Paris, parte de natureza também e algumas fotos coloridas”, Emerson diz isso, pois ele se tornou ainda mais popular nacionalmente e internacionalmente por conta do seu trabalho em preto e branco. Porém, tem horas que as cores chamam mais a atenção. “Minha principal característica é fotografia preto e branca, muito por conta das minhas primeiras referências. O preto e branco eterniza de maneira mais concreta o cotidiano dos lugares. Tem partes coloridas por que a paleta de cores, às vezes, é maravilhosa, mas a fotografia preto e branca é a principal”, finalizou.
EPICS e Emerson Lima vão lançar a parceria neste ano. Emerson me contou que seu trabalho acabava ficando meio offline, sendo um contato mais direto com os clientes. “Agora vai popularizar, deixar mais acessível para que todos vejam e possam adquirir minhas obras fine art, através do aplicativo e do site EPICS. A minha expectativa está muito alta para esse projeto com o Evandro Rocha”, completou Emerson.
Crédito Junior Luz
Outro grande artista que tem planos para 2021 com a EPICS é Jr. Luz e eu te convido a dar uma olhada nestas obras de arte: @jrluzfotografia.
Júnior começou a sentir falta do trabalho impresso e agora tem novas ideias. “A impressão fine art é feita com um material que dura centenas de anos e isso é importante nesse mundo digitalizado. O sentimento de pegar um trabalho impresso é muito mais real do que simplesmente ver a arte no computador ou celular”, disse Júnior.
O artista acredita que essa onda do fine art vem forte a partir de agora, principalmente por conta do crescente da fotografia analógica. É a volta dos clássicos! “Acredito que todo artista precisa ter seu portfólio impresso e apresentável, pois os trabalhos finalizados impressos trazem uma sensação de dever cumprido. É muito mais emocionante você sentir e tocar do que só visualizar”, completou.
Emerson e Júnior são dois artistas altamente responsáveis pela popularização do Fine Art no Brasil. O mercado da arte por aqui ainda está crescendo, enquanto lá fora movimenta bilhões e isso é fundamental, apresentar os trabalhos para que as pessoas possam comprar. Ou melhor, apresentar as obras de arte. Quem me disso isso também foi o Júnior. “O mercado está crescendo, mas o Brasil é emergente. Mas para os próximos 10 anos o mercado estará muito mais aquecido”.
Aos poucos, o mercado aquece, mas quanto antes mais pessoas produzirem trabalhos fine art e consumirem essas obras, mais rápido vamos conseguir aquecer esse mercado. Talvez até com menos de 10 anos.
Junto com a EPICS, Jr. Luz pretende lançar uma loja virtual fixada ao seu site para entrar nesse mercado, vender fotos impressas. “Depois de conversar com o Evandro Rocha, ele acabou me convencendo. Esse é meu objetivo: vender meu trabalho fine art e nunca parar de trabalhar, viajando pelo mundo todo”, disse o artista.
Vale a pena darmos uma atenção especial para o trabalho do Jr Luz. Em 2019, o fotógrafo expôs seu trabalho no Museu do Louvre, na França, um dos mais importantes do mundo.
Crédito Junior Luz
As mulheres também se mostram engajadas no mercado de Fine Art. É o caso da Luiza Reis, que trabalha com fotografia desde 2007 e passou por muitos segmentos: casamentos, ensaios de família, eventos corporativos e também fine art. “Hoje minha maior alegria é ver minhas fotografias na parede de tantas casas, que agora abrigam um pouco da minha trajetória ao longo dos últimos anos enquanto fotografava culturas diferentes e lugares incríveis ao redor do mundo. Esse é o meu maior legado”, disse a fotógrafa, em seu site oficial.
Ter feito quadros a tinta óleo quando ainda era nova ajudou Luiza a entender a importância e significância da fotografia impressa, fazendo com que a fotógrafa extraisse belíssimas obras de paisagens que hoje estão nas paredes de várias casas. A paixão pela arte e o olhar refinado fizeram com que Luiza se destacasse nesse mercado.
“Sempre fui apaixonada por arte desde pequena e comecei a me aventurar na pintua a óleo ainda na infância. Anos mais tarde iniciei minha gradução em Belas Artes na UFRJ, mas como sabia que viver de arte no Brasil não seria tarefa fácil acabei me formando em Publicidade. E foi lá que descobri minha verdadeira paixão: a fotografia”, conta Luiza.
Crédito Luiza Reis
Como me disse o Emerson Lima: “É legal ver sua arte impressa, eterna naquele papel. A fotografia precisa ser impressa para ser original”.
Isso tudo, no entanto, é puramente conceito. Para que uma foto seja fine art, ela precisa passar pelo processo técnico de impressão, que é bem específico. A começar que essa impressão deve ser feita em papéis especiais ou em um tecido que imite uma tela de pintura. A impressora também precisa ser diferente: a jato de tinta, com 12 cores, sendo tintas de base mineral, que garantem qualidade de cor, contraste e preservação com o tempo. Para que essa obra seja preservada, são utilizadas bases livres de acidez e químicos, garantindo que as impressões não vão amarelar com o tempo.
Além das impressoras, é necessário um monitor muito bem calibrado para que as cores sejam fiéis à obra. Monitores IPS são os mais adequados. O arquivo digital deve estar num formato não compacto, sendo o TIFF o mais indicado, com espaço de cor RGB e possuir uma profundidade de no mínimo 16 bits.
Talvez todos esses termos técnicos soem naturais aos ouvidos de muitos fotógrafos que estão lendo, então vale a pena se aprofundar ainda mais em fotografia fine art e impressão fine art, vale a pena acessar o site do Erick Mem para entender mais sobre essa arte e técnica e conhecer mais sobre o trabalho do Emerson Lima e do Jr Luz, por exemplo, que logo terão suas obras fine art sendo vendidas pela EPICS para qualquer pessoa.
Se você não é um fotógrafo, mas um entusiasta da arte, 2021 pode marcar um novo momento da fotografia, um novo conceito. A volta do clássico.
Crédito Erick Mem
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