Karoline Saadi e sua Trajetória na Fotografia de Gestantes e Partos
Como você começou na fotografia de gestante e parto? Quais foram suas principais inspirações e motivações?
"Minha entrada no mundo da fotografia de gestantes e partos foi quase um encontro do destino; foram elas que me encontraram. A possibilidade de realizar um ensaio gestacional que valoriza a naturalidade da vida me atraiu profundamente. Na fotografia gestacional, aplico o olhar documental que uso em sessões de família, onde o cotidiano é a essência e o espaço para a criação.
A fotografia de parto, por sua vez, surgiu como um propósito de vida. Poderia até dizer que não se trata apenas de um nicho, mas sim de uma missão. Há uma década, venho estudando sobre a humanização do nascimento, motivada pela alta taxa de cesáreas em minha cidade e no Brasil. A fotografia se tornou uma ferramenta poderosa para além da paixão de preservar histórias; é um meio de difundir práticas positivas de nascimento e de empoderar outras mulheres, permitindo que elas sonhem e se vejam no processo do parto. Através das imagens, elas podem perceber a força que existe dentro de si e visualizar o parto como um espaço que também lhes pertence."
Quais aspectos técnicos e de composição você considera essenciais para criar fotos premiadas nessa área?
"Dominar a fotografia em condições de baixa luminosidade e aproveitar ao máximo os recursos do equipamento são habilidades cruciais. Em um ambiente de parto, raramente temos controle sobre a iluminação, então é vital saber lidar com o imprevisível e dominar o equipamento que temos em mãos. Além disso, é importante buscar composições que saiam do comum e ter um entendimento profundo sobre a fisiologia do parto, o que nos permite antecipar os acontecimentos e capturar imagens mais significativas."
Quais dicas você daria para fotógrafos que desejam participar de concursos e prêmios internacionais? O que devem considerar ao selecionar e enviar suas imagens?
"Muitos falam sobre buscar o ineditismo em concursos, mas acredito que isso pode gerar insegurança e desvalorização do próprio trabalho. Prefiro seguir pela linha do sentimento. Procuro imagens ricas em história e emoção, onde o momento decisivo é aquele que toca o coração. Além disso, é essencial buscar ângulos e composições inesperados, fugindo do óbvio. Na curadoria, evito enviar muitas fotos do mesmo trabalho, a menos que sejam muito distintas entre si, para que não percam o impacto ao serem avaliadas pelo júri."