Adobe Premiere, Final Cut ou DaVinci: qual melhor editor de vídeos profissional?
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“Qual o melhor editor de vídeos” é uma discussão muito frequente na comunidade de videomakers. Mas afinal de contas: entre Adobe Premiere, Final Cut Pro e DaVinci Resolve, qual o mais eficiente? Este post pretende mostrar as características de cada um destes editores para que você possa ter uma ideia geral sobre qual é o melhor para o seu workflow.
Para você que está pensando em iniciar (ou se já atua) na área de pós-produção audiovisual, editando vídeos de casamento, videos de ensaio, ou mesmo vídeos de viagem e dia a dia, este conteúdo pretende destrinchar entre os três principais editores de vídeo fatores como:
- Interface e usabilidade;
- Renderização e exportação;
- Recursos nativos e plug-ins;
- Compatibilidade e plataformas suportadas;
- Efeitos visuais;
- Qual a melhor editor de vídeo para iniciantes e profissionais?
Estas questões servirão de norte para os tópicos que vamos discutir abaixo. Lembrando que não pretendemos definir qual de fato é “o melhor” editor de vídeos - pois isso depende exclusivamente da necessidade e da rotina de cada profissional. Nosso objetivo é reunir informações para que você possa decidir qual o melhor editor de vídeos PARA VOCÊ.
O que levar em consideração ao escolher um editor de vídeos
Antes de tudo, é necessário falar que todos os editores de vídeo citados aqui são profissionais, portanto são destinados a quem trabalha de fato com edição de vídeo. Justamente por isso, estão em constante atualização, sempre buscando melhorar a experiência do usuário, adicionando (ou removendo) recursos.
Vamos falar sobre o que cada programa de edição oferece (ou não) de modo geral, formando assim os seus prós e contras.
Portanto o que torna um software de edição “melhor que o outro” é o que oferece ao seu fluxo de trabalho, seu nicho na área, seu sistema operacional (Windows ou Mac) e suas preferências em si.
Vale lembrar, também, que para todos os contras apresentados abaixo, existem soluções alternativas encontradas em fóruns online e/ou tutoriais no YouTube - as famosas “gambiarras” (hehe), mas justamente por necessitarem disso, se tornam contras.
Preço e compatibilidade
Adobe Premiere
Preço: R$90,00/mês (pessoa física) ou R$145,00/mês (para empresas)
Público-alvo: profissional
Compatibilidade: Windows, Mac
Final Cut Pro
Preço: R$1099,90 (pagamento único)
Público-alvo: profissional
Compatibilidade: Mac
DaVinci Resolve
Preço: gratuito
Público-alvo: profissional
Compatibilidade: Windows, Linux, Mac
Prós e contras em geral dos editores de vídeos
Abaixo você confere uma lista com os principais prós e contras de cada editor de vídeo. Os itens descritos abaixo são, geralmente, os que mais impactam no workflow da edição de vídeos:
Prós:
Adobe Premiere
- Um dos principais atributos do Premiere é a sua compatibilidade com outros produtos importantes da Adobe, como Photoshop, After Effects, SpeedGrade, Audition, etc. Então se você usa outros softwares da Adobe, é uma boa editar seus vídeos no Premiere.
- Permite que um projeto seja compartilhado e trabalhado em diferentes computadores, o que é essencial em uma agência, por exemplo;
- Sistema de correção de cores integrado: Lumetri. O Adobe Premiere implantou em suas versões a partir de 2015 essa feature, que permite que você altere e otimize as cores do seu vídeo sem precisar de plugins externos.
- Recursos avançados e com ajustes finos como de estabilização. Aí sim o Premiere leva vantagem sobre os demais.
Final Cut:
- O Final Cut possui um sistema de renderização avançado, graças a uma dedicada GPU que o macOS possui. Essa tecnologia não compromete em nada a qualidade do arquivo bruto exportado, garantindo mais agilidade no seu fluxo de edição.
- Leve. O FinalCut roda "liso" até mesmo em macs com configurações mais básicas de software, sendo capaz de editar vídeos em 4K sem maiores problemas.
- Editor de áudio embutido: sim, o FCP (Final Cut Pro) possui uma funcionalidade muito mais simples do que os outros dois quando o assunto é configurações de áudio. O que é uma SUPER vantagem, uma vez que praticamente 100% dos vídeos funcionam em conjunto com áudio, não é mesmo?
- Interface simplificada. Sim, conhecida pelo perfeccionismo em relação à experiência do usuário, a Apple não abriu mão de aliar facilidade e inteligência ao FCP. Portanto, se é importante lidar com uma tela mais clean e ter uma curva de aprendizado mais ágil, o Final Cut é mais indicado para você.
DaVinci Resolve:
- Recursos nativos de colorização. O DaVinci é o queridinho de diretores de videoclipe, curta-metragens e cinema em geral, justamente por contar com uma gama incrível de gradação de cores. Normalmente, os recursos que o DaVinci traz podem ser instalados em outros editores apenas por meio de plugins muito pesados.
- Grátis. Isso mesmo. O DaVinci Resolve é um editor de vídeos profissional totalmente gratuito. Basta entrar no site oficial de sua desenvolvedora (Blackmagic Design), e clicar para fazer download do DaVinci Resolve - atualmente na versão 16. Lembrando que ele possui versões específicas para Windows, Mac e Linux.
- Sua interface é a mais elogiada entre todos. Embora possua diversos recursos, ele foi desenvolvido para ser simples e impressionante ao mesmo tempo, sendo assim um editor de vídeos muito recomendado para quem gosta de linhas do tempo mais organizadas.
Contras:
Adobe Premiere
- Embora suporte arquivos pesados, parece que o editor da Adobe ainda tem um desafio quando o assunto é trabalhar com arquivos em 4K ou superior. O desempenho do software reduz bruscamente ao renderizar arquivos de alta resolução. Obviamente que as configurações do PC influenciam MUITO nesse sentido, e isso é válido para todos os editores, mas mesmo em máquinas muito potentes, os usuários relatam com frequência a deficiência do Premiere ao renderizar 4K+. Isso pode ser um problemão para editores de mídias que vão para a TV e cinema…
- Muitos videomakers questionam a complexidade das ferramentas de texto do Premiere. Ele entrega tudo que é necessário para inserir textos no vídeo, porém em camadas e janelas distribuídas em diferentes locais da interface, o que pode atrapalhar consideravelmente o flow de edição.
- A renderização do Adobe Premiere talvez seja a mais lenta entre os editores desta lista. Talvez isso se deva porque o editor da Adobe possui o seu próprio Media Encoder embutido. O que é uma vantagem em termos de formatos de saída, se torna desvantagem quando o assunto é agilidade. Dependendo do tamanho do projeto, você terá que lidar com as boas e velhas horas de “render”.
Final Cut
- O editor de vídeos da Apple suporta uma lista bem seleta de formatos de mídia, que pode ser conferido aqui. Isso pode dificultar um pouco para videomakers que possuem câmeras mais antigas e que trabalham com formato .Avid ou até CineForm (formato das GoPro mais antigas), por exemplo.
- Além disso, o Final Cut não permite compartilhar projetos entre mais usuários. Como citamos acima, isso pode não importar muito para um(a) videomaker que trabalha sozinho, mas pode afetar muito o fluxo de uma agência que possui diversos editores. Nesse caso, se um projeto apresenta problema, ele só poderá ser resolvido no computador de origem do projeto.
- Por ser desenvolvido pela Apple, o Final Cut Pro funciona apenas em máquinas macOS. Isto é, se você usa windows, a única forma de trabalhar com este editor é por meio de um “hackintosh”, procedimento que instala o macOS no lugar do Windows. Muitos videomakers optam por este esquema, no entanto, ele possui diversos “efeitos colaterais”, como por exemplo o sumiço de thumbs nas pastas do sistema (para citar apenas um).
DaVinci Resolve
- O DaVinci, como você deve saber, é um editor mais básico, com a maior parte de seus recursos voltados para a colorização. Justamente por isso, você pode sentir falta de alguns recursos (principalmente de áudio), obrigando o usuário a baixar plugins VST.
- Não possui nenhuma integração com outros softwares de finalização, como o After Effects por exemplo. Possui apenas integração com o Fusion, seu próprio parceiro de composição.
- Por ter recursos de cores poderosos, o DaVinci necessita de máquinas de alto desempenho (mínimo 16gb de RAM e placa de vídeo dedicada) para rodar sem travar. Se você tem um notebook com configurações mais básicas, não conseguirá fazer bom uso deste editor.
Agora que você tem um panorama sobre os prós e contras gerais sobre os três principais editores de vídeos, vamos aos tópicos mais objetivos, com alguns outros detalhes:
• Se você está disposto a começar em edição de vídeo, não pode deixar de conhecer esse cara: Guilherme Coelho, da Rabbit Films.
Interface e usabilidade
Com base na opinião da comunidade de videomakers, elencamos entre os três editores de vídeo o que tem a interface/usabilidade mais complexa ao mais simples.
3º: Adobe Premiere
Por ter centenas de recursos avançados embutidos, o editor da Adobe é o mais complexo da nossa lista. Com tantas ferramentas, não é fácil organizar tudo em uma única tela. Talvez essa seja a razão de tantos editores fazerem questão de trabalhar com o Adobe Premiere com dois monitores.
2º: DaVinci Resolve
Com recursos de gradação de cores muito técnicos, pode não ser muito simples assimilar todas as features do DaVinci em um primeiro momento. Ainda assim é mais fácil de absorver sua interface do que a do Premiere, ficando atrás apenas do Final Cut.
1º: Final Cut Pro
O editor da Apple ganha neste tópico, pois não fica devendo em nada com relação à recursos básicos de edição, e ainda assim sua interface é a que melhor separa as ferramentas aos olhos do usuário, facilitando muito a experiência de edição.
Renderização e exportação
Este tópico é subjetivo, pois tudo depende do material bruto trabalhado na edição e dos recursos adicionados à sequência do filme. Por isso, vamos considerar a velocidade de renderização para um vídeo pesado, cheio de recursos.
3º: Adobe Premiere
É… Mais uma onde o editor da Adobe não leva vantagem. Como citamos em seus contras, por possuir uma vastidão de recursos e ter o seu próprio media encoder, o Premiere leva mais tempo para entregar o resultado final de um vídeo.
2º: DaVinci Resolve
No segundo lugar aparece o DaVinci. Isso porque o editor da BlackDesign é um pouco mais ágil que o primeiro, mas possui poucas opções de saída de projetos, o que não é vantajoso.
1º: Final Cut Pro
Mais uma vitória do FCP. Neste tópico, isso se deve à tecnologia da Apple em aproveitar o ganho de desempenho do CPU e GPU durante a exportação, garantindo muito mais agilidade nesta etapa do trabalho.
Recursos nativos e efeitos visuais
3º: Final Cut Pro
Neste tópico o editor da Apple fica em desvantagem. Isso porque o Final Cut possui, em comparação com os outros dois, recursos gráficos mais básicos de edição. Dependendo do seu fluxo de trabalho, é necessário baixar vários plugins (como de motion graphics, por exemplo) para trabalhar com o FCP.
2º DaVinci Resolve
O DaVinci aparece em segundo lugar pela sua incrível capacidade de controle de cores. Justamente por isso, este editor tem sido muito usado para edição de videoclipes, projetos artísticos, cinema, etc.
(Obs.: Muita discussão foi necessária para decidir entre o segundo e primeiro lugar deste tópico. Mas a conclusão foi que o DaVinci não “merece” o primeiro lugar por um único motivo: seus recursos nativos são impressionantes, mas são mais voltados para apenas uma área da edição, que é a gradação de cores. Enquanto o Premiere oferece uma gama mais extensa de features nativas).
1º Adobe Premiere
O Premiere é o editor de vídeos mais “completo” da lista. Possui uma série de funções, comandos e features embutidos. Pode parecer muita coisa, mas é justamente isso que o torna o editor mais versátil, pronto para atender qualquer tipo de projeto.
Interface do DaVinci Resolve
• Muitos conceitos de tratamento de cor aplicados no Lightroom, também podem ser aplicados nos softwares de edição de vídeo. Por isso, não deixe de ler como tratar fotos no Lightroom (com hacks!).
Qual o melhor editor de vídeos para iniciantes?
Apesar de estarmos falando sobre editores mais robustos e de uso profissional, estes softwares também podem ser usados por iniciantes. Porém, vale lembrar que existem opções mais simples para quem não precisa de muitos recursos e efeitos, como o app Quik, da GoPro; iMovie e o próprio "Editor de Vídeo" do Windows (antigo MovieMaker).
Vamos à lista:
3º: Adobe Premiere
Como citamos anteriormente, o Adobe Premiere é o que possui mais recursos e o que tem a interface menos intuitiva. Justamente por isso, pode não ser uma boa ideia começar sua jornada pelo Premiere. O excesso de recursos normalmente assusta o usuário iniciante - por outro lado, uma vez que dominado, o editor de vídeos do Premiere tem a prática para editar em qualquer outro software.
2º: Final Cut
O fato de o Final Cut ser exclusivo de macOS o torna o editor de vídeos menos acessível da lista. Mas isso não o impede de ser recomendado para quem está iniciando na área de pós-produção audiovisual, pois sua interface simplificada é muito atraente para novos profissionais da área.
1º: DaVinci Resolve
A vitória do DaVinci neste tópico se dá pelo fato de o editor ser gratuito. Basta baixá-lo e pronto, você tem um software profissional em mãos. Sua interface de edição é facilmente compreendida, e oferece tudo que é necessário para finalizar projetos mais simples. Por outro lado, vale lembrar que ele exige muito da máquina. Afinal tudo tem prós e contras, não é mesmo?
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Resumindo
Como sabemos, o editor de vídeos Adobe Premiere tem alta popularidade. Não há uma espécie de “censo” para dizer quantos usuários utilizam determinado editor, mas em qualquer roda de videomakers você percebe que o Premiere é o programa mais usado. Mas como podemos ver, isso não significa que ele é o melhor.
Já o Final Cut, por sua vez, é facilmente o mais elogiado. A tecnologia da Apple pesa muito nesse sentido. No entanto, se você não usa Mac, não recomendamos o “macintosh”. Soluções alternativas funcionam por um lado, mas podem afetar sua máquina por outro.
Já o DaVinci Resolve está crescendo aos poucos. Até pouco tempo atrás era muito raro ouvir de algum videomaker que ele é a melhor opção. Mas isso está mudando. O videomaker Ronaldo Santos, por exemplo, iniciou sua trajetória com o Sony Vegas, editou por quase 10 anos no Premiere e está migrando agora para o DaVinci - e se questiona porque não o fez antes.
Cada software tem suas “manhas”, seus truques, sua gradação de cores e ferramentas. A única forma de comprovar de fato qual o melhor para você. Talvez seja uma questão de custo-benefício e de saber o que cada software é capaz de te entregar. Para isso, uma boa sacada pode ser fazer um “test drive” em cada editor.
Por que não desengavetar aquele projeto antigo e editá-lo em algum programa diferente do que você usa na sua rotina?
Colaboraram com este artigo: Ronaldo Santos, Ruy Neto, Igor Ciferi.
Vinícius Franco
Jornalista, pós-graduado em Cinema e produtor de conteúdo para o blog da EPICS.
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